Dedo de prosa com a Escola Agro – #2

Olá, gostaríamos de compartilhar contigo algumas notícias e informações relevantes do agronegócio. Boa leitura.

 


Com a melhora do clima no Meio-Oeste dos EUA, o preço do milho futuro acumulou um recuo de 1% na semanada passada (14/10 – 20/10) nos principais contratos da CMEgroup. As baixas vendas para exportação, e a redução da produção de etanol no país norte-americano pressionaram os preços do milho. No mercado interno, a queda do dólar e a maior oferta intensificaram ainda mais a desvalorização do grão, que teve recuo de 20% na média do preço brasileiro, em três semanas. Com o atual encaminhamento da situação eleitoral, a tendência é que o câmbio recue ainda mais. Os preços estão pressionados neste momento, com uma expectativa de uma “janela” de preços um pouco melhores apenas no primeiro bimestre de 2019.


Até sexta-feira a semeadura de soja para a safra 18/19 no Brasil avançou 9,9% no comparativo semanal, alcançando 27,5% do total esperado, estando adiantada na comparação com a safra anterior. Os principais estados produtores, Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul puxaram os avanços. Mato Grosso contou com a colaboração das chuvas, e já atingiu 50,4% do total de área esperado para a safra, recorde para o período e o dobro de 2017. Já o Paraná não teve a mesma sorte, e se comparado a safra anterior vê um singelo atraso de 1%, com total de 50% da área semeada, contudo, ainda não há ameaça à produção paranaense. Mato Grosso do Sul conta com 35% da área total já semeada, 6% adiantado ante a média do período. Se o clima continuar favorável à safra brasileira, podemos ter grande volume de soja no mercado, o que pode acabar refletindo em preços mais baixos. Sendo assim, eventuais problemas climáticos podem alterar a tendência, mas até o momento, a melhor recomendação é aproveitar qualquer oportunidade de venda com preços com margem positiva, pois a supersafra americana 18/19, associada a uma expectativa de supersafra também na américa do sul, pode trazer os preços para baixo do custo da lavoura.


Já pensou em comer carne sem que nem um animal seja morto? À medida que a renda da população melhora, a demanda por alimentos aumenta, o que consequentemente afeta o consumo por carne. Sendo assim, conforme a população mundial vem saindo da pobreza, a demanda por carne tem aumentado, o que preocupa especialistas do setor, uma vez que, até 2050 pode ser que não haja carne suficiente para atender as 9 bilhões de pessoas. Com isso, a Just, empresa de alimentos situada em São Francisco/EUA, fabricou um nuggets de frango a base de células de pena de galinha. Não se trará de hambúrgueres vegetarianos, mas sim, de carne real fabricada a partir de células animais, e que demoram cerca de dois dias para ficarem “prontas” com o auxílio de um biorreator que estimula a células a se multiplicarem. Mesmo com o preço acima do mercado, a ideia pode ser uma saída para o aumento crescente do consumo por carne, além de ser sustentável, será que algum dia isso pode impactar o nosso negócio?


Taiwan, mais um ponto de disputa na conturbada relação entre os EUA e a China. Três países da América Central, romperam laços com Taiwan, e iniciaram relações diplomáticas com Pequim. Como retaliação e sinalização que não aprovou a medida, Trump ordenou a retirada de seus embaixadores da República Dominicana e de El Salvador, além do seu representante no Panamá. Além de toda situação geopolítica sobre Taiwan, outra preocupação para os norte-americanos é o fato de que, cerca de 43% das atividades da zona de livre comércio no Panamá, que é uma zona de livre comércio, está atualmente nas mãos do país asiático. O canal do Panamá tem importante papel estratégico para o comércio mundial, e esta é apenas mais uma peça do gigantesco jogo de xadrez que EUA e China estão disputando atualmente, e que trará consequências a todos os países do mundo.


Após a crise no setor de produção de carne suína e de frango este ano, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lançou, neste segunda-feira (22/10) uma campanha para melhorar a imagem da cadeia produtiva no exterior. A campanha é lançada 7 meses após a deflagração da fase da operação carne fraca que focava na produção de carne suína e de frango, e que provocou diversos embargos sanitários. O ano foi ruim e turbulento para as empresas do setor, que viram a exportação de carne suína registrar o menor nível em três anos, devido aos embargos da Rússia, e a exportação de carne de frango sofrer retração de 8% no acumulado de jan-ago de 2018 ante a 2017, em função dos embargos da UE. O prejuízo do setor entre jan-ago de 2018, foi de US$ 859 bilhões, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Contudo, a crescente demanda da China por carne suína brasileira, reflexo da guerra comercial (trade-war) com o EUA, tem melhorado o cenário. A média diária de embarques da proteína para outubro/18 foi a maior desde novembro/16, o que elevou os preços do kg da proteína animal, isso tem trazido esperança de dias melhores para a indústria de proteína animal brasileira, e também para os produtores de grãos.