Dedo de Prosa: Brasil ganha espaço com proteínas na Ásia; exportações de soja devem diminuir.

Brasil ganha espaço no mercado de proteínas da Ásia: A Coreia do Sul, um importante mercado para a formação de preços no setor de proteínas, ampliou a lista de frigoríficos brasileiros que poderão exportar para o país asiático. Com isso, o total de unidades brasileiras habilitadas no país sobe para 35, e começa a ganhar corpo as exportações de proteína para a Ásia. Acessar novos mercados com produtos de valor agregado é o caminho mais curto para avançarmos no agronegócio brasileiro.

Ações de produtores de suínos sobem na China: A China está enfrentando o surto de avanço mais rápido no mundo da peste suína africana. Ações do setor de pecuária inicialmente caíram nos primeiros surtos da doença. No entanto, as ações dos principais produtores de suínos da China vêm avançando a níveis recordes desde novembro, conforme investidores apostam no aperto da oferta de carnes suína, e esperam por um forte apoio governamental aos maiores produtores do setor.

Exportação de soja no Brasil pode reduzir: As exportações de soja do Brasil podem cair a partir do mês de março, quando comparadas a igual período do ano passado. Além de uma menor produção neste ano, existe  baixo interesse dos produtores brasileiros em vender nos preços atuais, que em algumas regiões ficam abaixo do custo. A trégua comercial entre EUA e China têm favorecido algumas negociações entre os dois países. Em janeiro de 2019 as importações da commodity norte-americana pelos chineses já quase dobraram ante dezembro de 2018.

BRF tem prejuízos em derivativo de ações: Em 2017, a BRF realizou junto ao Banco Bradesco uma operação de “total return swap” como alternativa para lidar com os impactos negativos da Operação Carne Fraca. No entanto, o saldo foi negativo e consumiu mais de R$ 200 milhões do caixa da BRF em um momento delicado, no qual a companhia trabalhava para vender ativos e assim diminuir as dívidas. Essa é a segunda vez que a BRF teve perda com o investimento em suas próprias ações. Antes dos derivativos, a companhia perdeu dinheiro com um programa de recompra. Mais um alerta para todo o setor de carnes e também de grãos.

BRF registra prejuízos no 4º trimestre de 2018: A BRF registrou prejuízos líquidos nos dois últimos trimestres de  2018. O resultado teve influência de uma perda contábil elevada, relativa à venda de ativos na Argentina, Europa e Tailândia, feitas por valores menores do que os registrados na contabilidade da empresa. Dentre os desafios no último ano, a Companhia também sentiu impacto de embargos comerciais, investigações e lenta recuperação econômica do país. A situação da BRF tem se deteriorado continuamente, o que preocupa todo o setor, pois ela ocupa importante posição estratégica para o agronegócio brasileiro.